O Cancro da Mama é o tipo de doença oncológica com maior taxa de incidência em Portugal. De ano para ano, essa realidade tem vindo a aumentar. Todos os anos, cerca de 6.000 mulheres são diagnosticadas com esta patologia.
A probabilidade de o Cancro da Mama surgir aumenta a partir dos 45 anos. Contudo, é após os 60 que o risco cresce. O rastreio é a melhor arma de combate a este problema de saúde, sobretudo a partir destas idades ou se existir histórico familiar.
Um diagnóstico precoce permite aumentar a taxa de sucesso no controlo e cura da doença. Em Portugal, existem programas de rastreio do Cancro da Mama, como por exemplo o levado a cabo pela Liga Portuguesa Contra o Cancro. O apoio do médico assistente é também uma boa opção no sentido de se informar.
Carla Andrino foi diagnosticada em 2016 com Cancro da Mama. A atriz juntou-se à Oito.Um na sensibilização para esta doença. Numa emotiva e sincera entrevista, falou sobre a forma como conseguiu superar todas as adversidades.
“Mantenham-se atentas aos sinais do vosso corpo”
Como reagiu à notícia de que tinha Cancro da Mama?
Depois de uns segundos de silêncio, em que uma lágrima se soltou, reagi. Não entrei em negação nem perdi energia a pensar “porquê a mim?”. Quis saber o que podia fazer a partir dali. Uma frase do meu querido médico, Fernando Laje, norteou todo este processo. Tê-lo ouvido dizer “deve olhar para esta doença como se olha para o mar: com muito respeito, mas sem medo” tranquilizou-me.
O que a levou a desconfiar?
Nada! Foi numa mamografia de rotina. Como tive uma tia materna com Cancro da Mama, fazia exames anualmente, desde os 40 anos.
E a família como reagiu?
Com esperança, mas sobretudo com muito amor!
Alguma vez pensou que lhe poderia acontecer a si?
Nunca pensamos que nos pode calhar a nós ou aos nossos!
É uma luta muito difícil. Durante o processo de tratamento, como se sentiu emocionalmente e fisicamente?
Fisicamente, durante a quimioterapia, senti-me cansada, sem forças e com algumas dores no corpo. Emocional e psicologicamente, estava fortíssima e bastante confiante. A fazer a minha parte, deixando os restantes 50% para a Medicina.
Não se pode dizer “estou curada” após uma doença como o cancro. Vive com medo?
Não. O medo mora no futuro e eu sou uma mulher do presente, do hoje, do aqui e do agora. Apenas nos dias que antecedem os resultados dos exames de rotina sinto a natural ansiedade.
A Carla expôs a sua doença com o grande público muito cedo. O que a levou a fazer isso?
Não foi cedo, foi 3 meses após o diagnóstico. Saber que ia ser notícia de capa no dia seguinte precipitou a partilha da informação.
Sente que inspirou as pessoas?
Não foi e não é, de todo, a intenção. Mas tenho constatado que a minha história, e a forma como a vivi, dá força e coragem a quem está a passar por uma situação semelhante.
Se fosse hoje, teria feito algo diferente?
Não. A forma como vivi a minha vida e fiz as minhas escolhas foi sempre com verdade e com o que me fazia sentido na altura.
Qual a contribuição do desporto na sua vida, em particular na fase pós-tratamento?
Treino com uma PT três vezes por semana e faço caminhadas. O desporto tem sido uma prática comum ao longo da minha vida. Para além do corpo, faz-me muito bem à cabeça. Na altura dos tratamentos, em termos físicos, não tinha força para subir um lance de escadas, quanto mais para fazer exercício físico!
Quando soube que a Oito.Um é uma marca com voz ativa na prevenção do Cancro da Mama, mostrou-se muito disponível para este projeto. É importante para si manter a voz ativa?
Sim, é. A voz da resiliência.
E qual deve ser o papel das marcas e das empresas neste processo?
Incentivarem à comemoração da vida!
A Oito.Um parte nesta missão de uma forma 100% altruísta, uma vez que apoia a causa mesmo que não exista qualquer retorno financeiro deste projeto. Acha que o mundo empresarial precisa de dar muito mais à sociedade e que devem surgir mais iniciativas deste género?
O mais possível! Iniciativas como esta – que aproveito para congratular – são úteis para consciencializar e desdramatizar a doença.
Que conselho daria às mulheres que pensam que o Cancro da Mama só acontece às outras?
Mantenham-se atentas aos sinais do vosso corpo. Em caso de dúvida, procurem o vosso médico. Viver em negação não me parece ser a solução mais saudável.
Quer fazer algum agradecimento especial?
Obrigada, vida, que me tens permitido continuar a namorar contigo. Viver-te é maravilhoso. Obrigada!
Outubro é o mês da Prevenção do Cancro da Mama. Para assinalar a efeméride, a Oito.Um criou uma t-shirt solidária. Por cada unidade vendida na loja online, 5 euros revertem para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Ajude-nos a ajudar!
3 comentários
Maria Serras
FORÇA! Para o projecto e as as minhas irmãs de luta.
FORÇA! Para o projecto e as as minhas irmãs de luta.
Gina Macedo
Dizer que já passou? Não…não é fácil!….
Já lá vão 10 anos, mas as memórias e as sequelas físicas vão estar sempre connosco.
Concordo que a vida é para a frente. Um dia de cada vez!
Dizer que já passou? Não…não é fácil!….
Já lá vão 10 anos, mas as memórias e as sequelas físicas vão estar sempre connosco.
Concordo que a vida é para a frente. Um dia de cada vez!
Maria Pires Ribeiro
É como a Carla Andrino expõe.
Estou na mesma situação,mas para mim tem sido muito difícil, gosto de caminhar para ter que olhar para o chão para não cair, e assim consigo ter um pouco a mente ocupada
É como a Carla Andrino expõe.
Estou na mesma situação,mas para mim tem sido muito difícil, gosto de caminhar para ter que olhar para o chão para não cair, e assim consigo ter um pouco a mente ocupada